29.6.10

Libretto, a pizzaria mais napolitana de Toronto



Que as resoluções tomadas durante as reuniões do G8 e do G20, em Muskoka e aqui em Toronto, nesse último final de semana, não acabem em pizza. Mas, se acabarem, que ao menos sejam as do restaurante Libretto.

Nos últimos dias, Toronto mais parecia uma cidade sitiada do que uma metrópole pronta para receber turistas. Com todas as principais atrações fechadas por causa da reunião do Grupo dos 20, bem no meio da cidade, no Metro Toronto Convention Centre, do ladinho da CN Tower, o jeito foi perambular pelos subúrbios mesmo que, para a sorte de quem é antenado e sabe onde fica os melhores points (como eu!), vivem um momento de ascensão. Tudo começou quando galerias de artes resolveram abandonar endereços mais cools da cidade, como Distillery, e fixaram moradia em ruas mais pacatas e residenciais, como a Ossington Street.

Como artista também precisa comer, bares e restaurantes vieram depois, como a pizzaria Libretto, uma preciosidade da vizinhança. Não se deixe enganar pelos ares de espelunca da fachada. O que se vê dentro é um ambiente moderninho, fresh, com paredes pintadas de verde-limão, mobília rústica e mesas-balcão coletivas, instigando uma puxada de papo com o vizinho ou uma paquerada com o gato (ou a gata) ao lado.




O menu é mais simples ainda, sem frango, alcachofras, pepperoni nem carne moída (por aqui, é comum pizza de carne moida) mas, nem por isso, sem criatividade, e sabor. Há muito molho de tomate, manjericão, queijos locais e linguiça feita por eles mesmos. E carne de pato, que não me apeteceu muito, por ser muito gordurosa, ou talvez porque eu não tenha paladar para o mimo.

Aliás, falando em tomates, eles não usam qualquer um, não. São usados os tomates de San Marzano, que fica ao pé da monte Vesúvio, em Nápoles. A mussa também não fica para trás, chamada de Fiore di Latte Mozzarella, e trazida fresca, diariamente, por comerciantes locais. Para a massa, apenas farinha 100% orgânica. Uma pizza não demora mais de 90 segundos para assar e saí de lá fininha e crocante, do jeito que o diabo gosta.

A minha favorita é a de arugula, com muito alho, oregano, presunto tipo parma prosciutto e queijo parmigiano-reggiano ralado….hum…deu fome!


O forno a lenha deles, sim, é que é chique, trazido especialmente da Itália e que funciona de acordo com as diretrizes do Vera Pizza Napoletana Association, lá de Napoles, claro, o berço da melhor pizza do mundo.

O restaurante se intitula o único em Toronto a ter o tal forno a lenha de acordo com as especificações da renomada associação (que tem o aval do governo italiano e da União Europeia, tá pensando o quê?) e que, portanto, pode gabar-se de fazer a “VERDADEIRA” pizza (estou meramente copiando o que vi no site). Quem tiver dúvidas, que venha conferir.

24.6.10

Terremoto ou G20? O que anda abalando mais Toronto?

Como se já não bastasse o G20, o Toronto Jazz Festival, o Pride Week Toronto e o calor insuportável que está fazendo nessa cidade, ainda tivemos um terremotinho ontem...! Fala sério, o que mais? O Lula vai vir jantar na minha casa sem avisar?

Brincadeiras à parte, a terra tremeu em Ontário, Québec e em algumas partes dos Estados Unidos, mas muitos nem notaram, como essa que vos fala. Acho que tem tanta construção em Toronto que eu devo ter achado que os tremores foram causados pelos tratores e escavadeiras que disputavam as ruas comigo.

Mas, deixa a mãe natureza em paz. Hoje, vamos falar de outro fenônemo que está, este sim, virando Toronto de ponta-cabeça: o tal do G20. Ontem , eu fui buscar minha credencial para cobrir o evento e pude conferir, em primeira mão, o tal do centro de apoio à imprensa, no centro de convenções Direct Energy Centre, que vem dando mais o que falar do que dois tsunami juntos.

Já comentei, num post anterior, que o governo canadense está gastando o que tem e o que não tem para impressionar as delegações e a imprensa participantes das duas reuniões, G8 e G20, a primeira em Muskoka, e a segunda, em Toronto. Também falei do quanto foi gasto para pôr o centro de apoio em pé e o lago artificial que foi construído nas dependências do local, para aqueles desafortunados que não irão para Muskoka. Pois aqui está o que dois milhões de dólares (sendo 57 mil para o lago) podem fazer:

Lago artificial, com um projetor de imagens de Muskoka ao fundo, e sons de pássaros ao redor

É, é só isso mesmo. Um quadrado de mais ou menos uns 10 metros de largura e 20 centímetros de profundidade...A piadinha é que ainda bem que o lago não é muito fundo, porque periga o terremoto de ontem ter causado um tsunami nele...!

A foto abaixo é uma pilha criada com livros canadenses, e meu amigo, fotógrafo, Saul Porto, que clicou as fotos desse post:


Acho que eu gostei mais desse monte de livro empilhado do que o laguinho mixuruco do Harper

Abaixo, instalação de um movie theatre 4D. Queria ver o filme novo do Toy Story, mas eles só tinham um sobre Muskoka e Toronto...


Descobri que o quarto "D" é o que entra em contato físico com o expectador, como splashes de água, bolhas de sabão, neve artificial, rajada de vento, tudo em cima, do lado, de encontro à você. Muito legal, só não recomendo esse tipo de atração antes de um encontro com o namorado ou uma reunião de negócios.

Jornalista também precisa comer, certo? Mas parece que não sobrou muito dinheiro para contratar um buffet melhorzinho, ou será que sou eu que estou ficando mal acostumada?

O cardápio parecia promissor: lasanha, canelone, arroz basmati, frango com legumes, salada. Mas o sabor....

Eu tentei registrar a cena com o meu celular mas, perdão do trocadilho, a comida saiu feia na foto...


22.6.10

Restaurante MoRoCo, oásis para chocólatras em Yorkville

De volta à realidade e já sentindo falta daquele colchão maravilhoso do Thompson. Só o serviço que precisa, muito, melhorar, para não arruinar a reputação deles. Mas o staff é novo, o hotel acabou de ser inaugurado, a gente entende.

Ok, o que você quer mesmo saber é se eu fui na festa de encerramento do Luminato com o Chris Noth, não é? Sim, eu fui. Se eu tive a oportunidade de tirar foto de rostinho colado com o bonitão? Não, não tive. Se ele deu o ar da graça? Sim, deu. Se eu cheguei a tempo? Não, não cheguei...

Quando consegui chegar por lá, quase quatro horas depois de ter começado, acho que o Mr. Big já devia estar contando carneirinhos com a Carrie, lá em Nova York. Ou assistindo aquela televisão de tela plana que ele instalou no quarto do casal como presente de casamento que ele deu para ela e que ela DE-TES-TOU, lembra?. Ah, você ainda não assistiu Sex and the City 2? Me desculpe, prometo que não vou contar que ela deu pra ele um Rolex...oops!

O fato é que não cheguei a tempo porque estava ocupada, pulando de festa em festa em outras vizinhanças.

A primeira foi uma espécie de girls’ night out que tive com minhas amigas de tour. Fomos ao chiquetérrimo e oh, so girly!, MoRoCo Chocolat, que tem como ingrediente principal de seu menu, óbvio, chocolate.

O ambiente é absolutamente encantador, começando do pátio, todo em branco. Tudo foi pensado para colocar o cliente numa espécie de sonho mágico, meio Alice in Wonderland, com uso de muita textura na decoração, cadeiras e banquetes de vários tons de veludo e um suntuoso lustre de cristal na sala principal. Tanto as paredes, cobertas ou não de papel de parede texturizado, quanto as cortinas, permanentemente fechadas, e a mobília, seguem o esquema de cinza com off-white, aumentando ainda mais o ar de sofisticação e exclusividade.



Se o décor impressiona, a comida e o serviço não ficam para trás. De cara, somos servidas de uma taça de champagne com uma framboesinha nadando dentro. Ultra chique.

Abrimos a noite com um platter de frios, torradas, queijos, umas geleias maravilhosas (a de fambroesa roubou a cena) e uns chips tão crocantes e tão finos que pareciam artificial de tão perfeitos. Para contrastar com o doce das geleias, um dip à base de alho, saborosíssimo.



Mas não vi nada de chocolate ali. Ao contrário do que eu ouvi dizer, nem todos os pratos levam chocolate na composição.

Para o principal, eu fui de steak ao molho de pimenta-do-reino em grão (peppercorn) com um cake de batata tão leve que deu vontade pedir mais. Me segurei, sabia que mais delícias estariam por vir.

A sobremesa foi nada mais nada menos do que fondue de chocolate com frutas e um platter de cookies, bolos e delícias à base do alimento dos deuses. Até spring roll de chocolate tinha!



Saí do lugar rolando de tanto que comi, e ainda tive que passar bem no meio da lojinha de chocolates deles! Que tortura!

Também tive que conferir o banheiro, claro. Não por nada, mas é que eu amo decoração de banheiro e sabia que não iria me decepcionar. Batata, quer dizer, chocolate. Tudo graciosamente decorado em estilo vintage, em preto e branco, feminino na medida certa.


Olho para o teto e o que vejo? Um jogo de chá de porcelana instalado de ponta-cabeça como se um fosse um lustre, mas sem serventia nenhuma, a não ser surpreender gente curiosa que nem eu...fala sério!


Próximo post eu conto onde fui depois dessa comilança toda, mas não conto, nem morta, quantos quilos engordei nessa brincadeira...

17.6.10

Virando Toronto de ponta-cabeça, com direito a festa na cobertura do Hotel Thompson

Não, a dona desse blog não morreu, ainda, mas não garanto até o final do verão...

O que ocorre é que eu ando por conta do pessoal do Toronto Tourism Board, que organizou um maravilhoso tour de cinco dias por Toronto, para mostrar a jornalistas estrangeiros o que há de melhor na cidade. Quatro jornalistas de Nova York, dois de San Francisco e um do Chile fazem parte do grupo. E eu, claro, que sou local, mas também sou de fora, depende da conveniência!

Agora, se ajeita na cadeira porque vem foto...

Neste post, vou falar do hotel em que iremos ficar até domingo, o Thompson Toronto (lembra que eu falei que ia me hospedar nele? Então. Não posso dar o link do post por causa de problemas de conexão com a internet do hotel, mas volto e atualizo assim que puder). Ele ainda não está funcionando 100%, tem construção pra todo lado e o restaurante bam-bam-bam não entrou em operação. Uma pena. E a internet wireless deles funciona a manivela.

Lobby do Thompson Toronto Hotel. Transado, com cara de vintage e painel gigante do skyline de Toronto ao fundo

Telefone no lobby, que é cheio de detalhes retro, é só ficar atento. Esse, estava meio escondidinho atrás de uma coluna

Bar do lobby, ainda sem funcionamento, mas já pressinto a agitação

Mas, entre mortos e feridos, eu estou gostando. O staff é super atencioso, o quarto é cool, espaçoso, com uma cama king size MA-RA-VI-LHO-SA, com lençóis macios e fresquinhos e uma TV de tela plana escancarada na sua cara. Não dá vontade sair do quarto.




Se o de dentro encanta, a vista da janela desaponta

Mas, de tudo, o que eu mais gostei foi o banheiro. A cor predominante é o branco, com muito mármore e um azulejinho retangular envidraçado, a última moda em revestimento de parede.


A pia é espaçosa, com espaço para todas as suas bugigangas dos dois lados. O chuveiro é ultra-moderno, com ducha de cascata. A parede do chuveiro que dá para o quarto é feita de vidro fosco, o que traz extra luminosidade da rua para dentro do cômodo, ainda mantendo a privacidade. Ah, e o chão, de mármore, é aquecido, dá licença.


Agora, a cereja no topo do bolo floresta negra é a piscina, acima da cobertura. Que sacada, literalmente. Toda o entorno da piscina e do complexo de entretenimento ao redor é cercado por uma proteção de vidro, e a vista da cidade de lá de cima é um privilégio para poucos.

Vista durante o dia, do último andar do hotel, acima da cobertura, onde fica a piscina e lounge

O hotel abriu faz poucos dias, mas a festa oficial de inauguração rolou hoje, quinta-feira (esse post está sendo feito na madrugada de sexta). Diligente que sou, saí da festa mais cedo só pra te contar tudinho, enquanto fresco e em primeira mão.

Modelos posando de par de vaso

A festa teve ares de Oscar, com convidados sendo recebidos em carpete vermelho e tendo que usar aquelas pulseirinhas de identificação ridículas o que, vá lá, dá uma sensação de insider e exclusivo.

Rumores foram espalhados que haveria modelos de lingerie brincando de luta de travesseiro, atrações em todos os cantos do hotel e bar com cerveja Stella Artois à vontade. Eu só vi o último. Também, nem procurei muito para ver onde as modelos estariam se almofadando depois que cruzei com duas delas no elevador. Entre eu e elas, eu fico comigo, e olha que eu sou crítica.

Mas gente bonita não faltou. Até a DJ era gatíssima.



A festa começou no lobby, com o bar da tal da Stella Artois num cantinho esquecido, mais ao fundo, e se estendeu para a piscina, onde ferveu e vai deixar lembrança. A noite estava simplesmente perfeita, na temperatura certa, nem muito calor, nada de frio e uma brisinha leve pra refrescar a ferveção.


Vista do skyline de Toronto da piscina do hotel, acima da cobertura


A piscina maravilhosa do hotel, não em tamanho, mas pela sacada de como foi construída, com borda infinita de um lado e vidro do outro. Um luxo.


Borda de vidro da piscina, que está mais é com cara de aquário.


O espaço foi pouco pra tanta gente...

Detalhe do chão de madeira e cerca de vidro em torno de toda a cobertura onde fica a piscina e o lounge do hotel

Se você já está feliz, pensando que isso é tudo, se segura que tem mais: sábado tem outra festa, dessa vez do pessoal do Luminato, e eu já estou convidadíssima, VIP que sou. E sabe quem eu ouvi dizer que vai dar o ar da graça.....? O charmosésimo master do Chris Noth, nada mais, nada menos do que o Mr. Big do Sex and the City!

Essa vida de insider é muito estressante...

10.6.10

Curta a Copa 2010 em Toronto

Então, a Copa do Mundo 2010 já começou. Eu estou aqui, de frente para a TV, vendo a festa bonita rolar lá na África do Sul. Mas, como boa brasileira, quero fazer parte da festa! Como estou a milhares de quilômetros da oficial, o jeito é juntar-me aos patrícios daqui de Toronto e representar o meu país da melhor forma. Espero que o time brasileiro pense da mesma maneira quando entrar em campo...


Wavin' Flag, hino oficial da Copa 2010/YouTube


Onde assistir aos jogos da Copa em Toronto?

Graças a colcha de retalho cultural que é, em Toronto é possível assistir aos jogos de cada uma das nações participantes da Copa num estabelecimento onde o dono seja de um dos dois países em campo.

Para os jogos do Brasil, as intersecções Dundas & Dufferin St, College e Ossington Ave e Dufferin & St Clair Ave West são os endereços certos. Neste último, o QG da brasileirada é o restaurante Rio 40º, da carioca Janaína (com esse nome de restaurante, de onde mais ela poderia ser, né?!). É preciso reservar e chegar com bastante antecedência se quiser assistir os jogos sentado.

Restaurante Rio 40º, QG brasileiro em pleno coração da comunidade italiana em Toronto, na St Clair Ave West

Nessas áreas é onde se concentram, também, o povo italiano, português e mexicano em Toronto. Então, já viu: vai ser festa e buzinaço até a Copa terminar.

Meu amigo Iberê, lá de Montreal, postou uma lista boa de emissoras que irão televisionar os jogos aqui no Canadá.

E eu prometo trazer as fotos das ruas de Toronto durante a festa do futebol. Por enquanto, algumas da torcida brasileira durante a Copa de 2006, para matar saudade e aquecer os motores!

St Clair Ave West

Batucada verde-amarela na extinta Cervejaria Downtown, College & Ossington Ave/Foto: Saul Porto, Top News

Brasileiros indo à loucura nas ruas de Toronto durante a Copa de 2006/Foto Saul Porto, Top News

Como eles dizem por aqui: Go Brazil Go!!!!



8.6.10

Barricadas sim, diversão não para a chegada da cúpula do G20 em Toronto

Eu já falei que Toronto ferve no verão, e um pouco antes dele: é só fazer um solzinho e os torontonianos botam os gambitos branquinhos de fora. O pessoal adora um oba-oba, um festival, uma corrida pra arrecadar fundos, seja lá pra quê. Só tem uma coisa acontecendo na cidade agora em junho que não parece estar agradando muito, não: é a reunião do Grupo dos 20, ou G20, formado por líderes de países emergentes que se reúnem mundo afora para discutir problemas globais (países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e países membros da União Europeia).

Dessa vez, a reunião vai ser aqui em Toronto, logo após outra grande, senão maior e mais importante: a do pessoal do G8, os líderes das nações mais industrializadas e desenvolvidas do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido), mais a Rússia.

Enquanto essa reunião vai ser realizada a 200 quilômetros de distância de Toronto, em Huntsville, na exclusiva e belíssima região dos lagos de Muskoka, o pessoal mais pobrinho do G20 vai ter que se contentar em tirar foto da Torre CN mesmo.


Video oficial do G8 em Muskoka/YouTube

Na pauta, tópicos quentes, como o temor de contágio da crise econômica que está pairando na Europa (a Grécia já foi contaminada) e a ajuda por parte de nações ricas para o sistema de saúde de países pobres. Esse último, saia-justíssima para o Primeiro-Ministro do Canadá, Stephen Harper, que se nega a bancar iniciativas de ajuda a planejamento familiar e controle de natalidade se o aborto estiver entre as opções. Nota: no Canadá, a prática de aborto é legal.

Mas, o que está deixando os canadenses azedos mesmo é a conta da brincadeira toda: mais de 1 bilhão de dólares estão sendo gastos somente na segurança dos dois eventos. Mais 2 milhões foram alocados para a construção de um centro para a imprensa em Toronto, com direito a lago indoor artificial, lembrando os de verdade, em Muskoka, além de cerveja e vinho de graça. Obrigada, Harper!

Em Toronto, o desagrado é também devido às mudanças e restrições impostas à cidade antes, durante e depois do final de semana do evento, que ocorrerá entre 25 a 27 de junho. Quarteirões inteiros serão fechados no perímetro que circunda o Metro Toronto Convention Centre, local do evento, que fica grudadinho à Torre CN e a passos da mais importante estação de trem e metrô da cidade, a Union Station (veja o mapa do perímetro de segurança abaixo ou no link).

Metro Toronto Convention Centre, do lado da Torre CN

Entrada principal do Metro Toronto Convention Centre

Mapa do perímetro de segurança para a reunião do G20, pegando partes do centro financeiro e do entretenimento da cidade

O povo aqui não brinca com segurança, não: barricadas de concreto estão sendo levantadas entre ruas próximas, para evitar a chegada muito próxima de protestantes. Quem quiser protestar que vá para as áreas designadas pelo governo: uma parte do Queen’s Park (lembra que eu falei ontem?), longe do local da reunião.

York Street, uma das mais movimentadas ruas do centro de Toronto, ao lado do hotel Intercontinental e Metro Toronto Convention Centre; interditada para a construção de barreiras contra protestos ao G20, em Toronto. Foto tirada ontem, por volta das 6 da tarde


Residentes e pessoas que trabalham dentro da área de segurança terão passes especiais para entrar e sair de suas casas e escritórios, e quem não tiver, vai ter que provar por A+B o que tem que fazer ali de tão importante.


Imediações da Union Station ontem, na hora do rush, entre 5 e 6 da tarde

Ruas próximas, como a importante Bay (a avenida Paulista de Toronto), avenida Yonge e a York (ao lado do pavilhão) serão fechadas ou parcialmente bloqueadas, como no caso da Bay e Yonge (já pensou interditar a Yonge inteira? Ela é a avenida mais longa do mundo!).

Trens, ônibus e metrô funcionarão normalmente, mas a empresa de trens Via Rail já avisou que não irá parar na Union Station entre os dias 24 a 27 de junho, just in case. Os passageiros terão que descer em estações próximas e, de lá, pegar um ônibus traslado até Toronto. Haja dor de cabeça: a Union Station está para Toronto como a Estação da Luz para São Paulo e Central do Brasil para o Rio de Janeiro.

Sem contar que turista que estiver na cidade nesse final de semana vai perder viagem: muitas atrações e casas de espetáculos vão fechar as portas nos dias do evento e nos que o antecedem, por segurança. Nada de Torre CN (que fica colada ao local da reunião, já pensou que perigo?), AGO (Art Gallery of Ontario), peças de teatro, como Mamma Mia (em cartaz no Prince of Wales Theatre) ou Rock of Ages (no Royal Alexandra Theatre). Somente os estudantes da U of T (Universidade de Toronto) é que estão felizes com tudo isso: os exames para esse período serão devidamente remarcados. Veja a lista completa do que fecha e do que abre aqui.

Tô com dó do Lula e seus amiguinhos. O que eles vão fazer nas horas de folga? Espero que o pessoal que coordena o evento tenha lembrado de instalar umas TVs para eles, pelo menos, poderem acompanhar os jogos da Copa, coitados….

7.6.10

Case ou patine no City Hall de Toronto, ou faça os dois


Em Toronto, tudo que é protesto, festa, agito acontece ou no belíssimo parque na frente da Legislative Assembly of Ontario, o Queen’s Park, ou no quarteirão da Yonge-Dundas Square ou na frente da prefeitura, o City Hall, no espaço chamado Nathan Phillips Square. Ah, o pessoal também adora interditar avenidas e auto-estradas.

City Hall/Nathan Phillips Square

Eu adoro o pedaço do City Hall. No coração da muvuca, a passos do Yonge-Dundas Square (Times Square de canadense), do shopping Eaton Centre e das lojas descoladas da Queen Street West ficam os prédios da antiga prefeitura, construída entre 1889 a 1899, que foi substituída pela atual, logo ao lado, a quarta instalação da prefeitura na cidade. Inaugurada em 1965, deu o que falar por seu estilo arquitetônico controverso, com suas duas torres de alturas desiguais e de formato curvo, estendendo-se ao redor da rotunda onde funciona a Câmara Municipal, mais estranha que os predinhos tortos, com cara de caixa d’água ou disco voador, se me perguntarem...

City Hall

City Hall

Rotunda, City Hall

Rotunda, City Hall

Uma das entradas do Shopping Eaton Centre

Shopping Eaton Centre

Shopping Eaton Centre

É gostoso passear por lá, fazendo nada no verão, só tirando foto do maravilhoso contraponto do novo e do velho, do contemporâneo e da herança histórica. No inverno, então, nem te conto! A pista de patinação lota, e fica tudo coberto de branco; a neve caindo, o som rolando, uns dando show na pista, outros se espatifando, a neve branquinha virando lama, mas ninguém se importa; o negócio é mexer o corpo e tomar chocolate quente depois, no Starbucks mais próximo.

Nathan Phillips Square, lago que vira pista de patinação no inverno. Ao fundo, Old City Hall

Em Toronto, pode-se casar no cartório civil que fica dentro da prefeitura, então, é normal ver noivas de véu, grinalda e noivo em punho, em pose para a prosperidade, tendo como pano de fundo o maciço castelo de estilo vitoriano da ex-prefeitura. Dá uma bela de uma foto.

Old City Hall

Old City Hall

Dias atrás, a prefeitura reabriu o jardim suspenso que fica no topo da atual City Hall. Ótima sacada. Não que o jardim seja lá essas coisas, mas dá acesso a uma visão mais ampla dessa parte da cidade. Dá-lhe turista tirando foto e já estou imaginando as noivas subindo a rampa. Clic, clic, clic…

Old City Hall vista do jardim suspenso da atual prefeitura

Mais Old City Hall e mais jardim...

Achei uma graça essas florzinhas...