17.12.10

Restaurante Canoe: um dos melhores de Toronto



por Alexandra Forbes

Fiquei feliz ao ver, em minha última ida a Toronto, que o melhor restaurante continua sendo um favoritíssimo meu, o Canoe. O cenário é, no mínimo, inesperado: tanto assim que a amiga que eu esperava se perdeu pelo caminho. O restaurante fica na cobertura de uma torre de escritórios negra que faz parte da trinca desenhada por Mies van der Rohe. Você vai cruzando um imenso pátio de pedra, admirando a enormidade das torres e passando gente engravatada saindo do escritório. Aí pega o elevador até o 54o andar e... uau! Um restaurante com vista de 200 graus para o lago Ontario e o downtown!



Não bastasse o visual, o Canoe serve comida impecável: canadense contemporânea, levantando a bandeira de ingredientes artesanais. Exemplos? Gravlax de salmão curado no maple em British Columbia; caribou (alce) da província do Yukon e queijos artesanais que fecham a refeição, apresentados sobre tábua pesada estilo viking.





O menu inteiro dá água na boca, vejam:






Eu já tinha marcado de jantar em outro restaurante, então só pude, desta vez, beliscar uma entrada. Mas... que entrada! Era uma mini-degustação com quatro elementos. Primeiro, salada de lagosta bem pedaçuda e suculenta, sobre um ninho de soba. Segundo, um tartare de salmão temperado com bastante azeitona picada fina. Terceiro, terrine de foie gras sobre mini muffin de abóbora, uma combinação inusitada e feliz. E por último, uma panquequinha fina envolvendo uma musse quase líquida de fígado de galinha.




Saí de lá levitando e já pensando em quando vou voltar....


Canoe: Rua Wellington, 66, tel. (416) 364-0054

Bairros de Toronto: Chinatown



por Alessandra Cayley


Em Chinatown, o cenário pode mudar radicalmente de uma esquina para outra. 

De repente, desaparece a cidade norte-americana comum e surgem em seu lugar placas de estacionamento, letreiros e sinais em mandarim. A principal Chinatown (sim, porque há nada menos que seis Chinatowns em Toronto) é um vibrante emaranhado de lojinhas apertadas, que se expandem como podem, invadindo as calçadas e se esgueirando pelo espaço entre postes e fios elétricos dos streetcars (os vagarosos bondinhos).

Nesta Chinatown-mãe, situada entre Dundas Street West e Spadina Avenue, vende-se de tudo um pouco: de chá verde a mochilas da Hello Kitty; de bolsas de grife falsificadas a verduras, temperos exóticos e raízes medicinais. Só mesmo a esguia Torre CN no horizonte faz o visitante lembrar que estamos, sim, no Canadá.

O colorido dos toldos, na maioria vermelhos, mistura-se ao laranja, verde, roxo e amarelo das frutas – frescas ou desidratadas – disponíveis em bancas nas calçadas. Restaurantezinhos pouco convidativos servem dim sum, enquanto açougues expõem nas vitrines criaturas bizarras defumadas, penduradas pelo pescoço.

Para um café da manhã ou almoço rápido, tente o Zupa’s Restaurant & Deli (342 ½, Adelaide Street West, metrô St. Andrew, 416/593-2775), com jeitão de restaurante de vila, bem no meio da cidade. Dá para comer bem com 15 dólares canadenses.

Se quiser gastar mais e visitar o ponto das lulus, siga para o Frank (317, Dundas Street West, 416/979-6688, www.ago.net/frank), que fica dentro do Art Gallery Toronto (317, Dundas Street West, metrô St. Patrick, 416/977-0414), importante museu reinaugurado em 2008, depois de uma ampliação comandada pelo famoso arquiteto Frank Gehry (por isso o nome do restaurante).


O “starquiteto” acrescentou um enorme volume ao prédio original, mas conseguiu passar uma impressão de exímia graça e leveza. Es-pe-ta-cu-lar. O restaurante também é excelente, a começar pelo couvert: pães sete grãos, pumpernickel (escuro) e ciabatta, manteiga de leite de cabra, flor de sal.

Reserve ainda um bom tempo e um par de tênis confortável para explorar as lojinhas e o Kensington Market (entre as ruas Dundas e College), que, embora se chame mercado, refere-se na verdade a uma sucessão de ruazinhas e vielas de sobrados vitorianos gastos pelo tempo, onde há muito comércio de rua. Dominado pelos judeus no passado, o mercado é hoje um mix das diversas culturas presentes em Toronto, com predomínio da caribenha.

O aspecto de abandono do lugar não parece incomodar seus frequentadores, na maioria artistas, músicos, punks, rastáfaris, hippies e descolados em geral, que vão ao mercado não apenas pelos cafés e lounges alternativos, pelas lojas de roupas e móveis de segunda mão (o verdadeiro “vintage do vintage”) a preços imbatíveis.

Ir ao Kensington Market é um estado de ser, carteirinha virtual de membro da tribo cool da cidade. É sua tribo? Então fique por ali mesmo, no Canadiana Backpackers (42, Widmer Street, 416/598-9090, canadianalodging.com; diárias desde CAD$ 27, em quarto coletivo para seis a oito pessoas; Cc: A, M, V), um albergue acolhedor com staff gente boa. Tem uma sala para projeção de filmes, onde, às sextas-feiras, rola cinema com pipoca.

Bairros de Toronto II: o gay, o descolado, o dos gregos e o indiano


Pé da torre CN, vista do hotel Intercontinental

por Alessandra Cayley

WEST QUEEN WEST


A ponta oeste da Queen Street – ou West Queen West – é difícil de definir. Enquanto a parte mais próxima do Centro abriga superlojas como H&M, Mango e Nike, a ponta oeste reúne endereços vintage, galerias de arte e restaurantecos: mistura de high e low, consumismo e vibe alternativa. Anteriormente conhecido por seus quartos de aluguel barato, hoje os charmosos casarões de estilo vitoriano foram ocupados por galerias de arte contemporânea, lojas de decoração, antiquários e butiques transadas de estilistas locais.



Convivem pacificamente com estúdios de tatuagem e sex shops, além de cafés de ares retrôs e restaurantes brasileiros, chineses, indianos e até orgânicos. A mudança se deu de uns cinco anos para cá, depois das reformas milionárias por que passaram alguns hotéis. Além de injetar vida nova ao lugar, ditaram também o tom da balada, que vem transformando o pedaço no novo point gay de Toronto.
The Drake Hotel (1150, Queen Street West, 416/531-5042, 1-866-372-5386, thedrakehotel.ca; diárias desde CAD$ 189, sem café da manhã) ganha no quesito luxo cool e vive cheio de gente descolada. Além de estúdio de ioga, tem um bar supersimpático na cobertura e quartos equipados com CD/DVD player. Os corredores servem como galeria de arte.

Mais malucão ainda, The Gladstone Hotel (1214, Queen Street West, 416/531-4635, gladstonehotel.com; diárias desde CAD$ 165, sem café da manhã; Cc: A, M, V) não se parece com nenhum outro hotel que você possa ter visto.



O predinho antigo com elevador jurássico de porta sanfona passa uma sensação de décadence avec élégance. Artistas canadenses receberam carta branca para pintar e bordar, resultando em 37 quartos totalmente diferentes, todos ultracriativos e divertidos.


Apesar do jeitão alternativo, dispõe de lençóis de algodão egípcio e produtos de toalete orgânicos, produzidos na região. Ambos são perfeitos para quem quer cair na balada: basta pegar o elevador até o térreo e se jogar!
Sim, os points mais quentes do bairro ficam justamente nos seus bares (o karaokê semanal do Gladstone foi apontado como o melhor da cidade por nove vezes consecutivas). Acordar de ressaca e faminto não é problema: come-se superbem na Queen West.
No Caju (922, Queen Street West, 416/532-2550, caju.ca), restaurante brasileiro descolado que foge do estereótipo “feijoada com pagode” (a deles vem acompanhada de bossa nova), come-se boa picanha e moqueca ainda melhor. Se preferir não enfiar o pé na jaca, almoce algo leve no Fresh on Crawford (894, Queen Street West, 416/913-2720, freshrestaurants.ca). Cardápio natureba, com sucos, saladas, sopas e sanduíches sem manteiga, ovos, mel ou lácteos.

LITTLE POLAND


Até há pouco fora do circuito turístico, a área conhecida como Roncesvalles Village, ocupada por imigrantes russos e do Leste Europeu, vem ganhando destaque, de carona na ascensão da vizinha West Queen West. Ainda bem subúrbio, seu comércio está começando a florescer (e o cenário deve mudar com a construção acelerada de prédios de condomínios). Não há melhor lugar para provar pratos típicos das cozinhas russa e polonesa, com seus perogies, schnitzels e rolinhos de repolho, em restaurantezinhos como o Lala’s Bistro (145, Roncesvalles Avenue, 416/516-2577, metrô Dundas; 2a/6a 9h/0h, sáb 9h/19h, dom 9h/17h; Cc: M, V), com românticas fotografias em preto-e-branco nas paredes de tijolo aparente. Além da exótica (para nós) gastronomia polonesa, outro atrativo do bairro é o High Park (1873, Bloor Street West, metrô High Park, highparktoronto.com; grátis), o maior parque de Toronto, com mais de 400 acres de área verde. Cerca de 1 milhão de pessoas passam por ali, todo ano, para admirar a beleza do lago que margeia o parque ou tomar um solzinho deitado na grama. As árvores de maple, quando se tornam laranja e rubi no outono, não podem faltar no álbum.

INDIA BAZAAR


Chegar ao mercado India Bazaar, no coração de Little India, pode ser uma experiência decepcionante – ainda mais se estiver chovendo. O clima de abandono, com fachadas descascadas, toldos clamando por remendos e goteiras nas lojas, não anima. Mas, passado o baque, o que se vê é um pedacinho de Índia mesclado à Tailândia. Lojas e mais lojas vendem ricos saris multicoloridos, bordados à mão, com pedrarias, a preços de 30 a 3 mil dólares canadenses, dependendo da ocasião para a qual se quer o traje. Os vendedores, de túnicas, turbantes ou terceiro olho, além de sotaque carregado, não são de muitas palavras. Pesquisando, dá para achar echarpes de pashmina a um bom preço, em torno de 10 a 20 dólares canadenses. A culinária é um item à parte, com fartura de pão naan, curries mais ou menos picantes e chá pink, à base de amêndoa e pistache, tradição no Paquistão. O paraíso do curry é aqui: tem amarelo, verde, vermelho, defumado, suave, apimentado... Reduto de vegetarianos, é dos poucos lugares onde se encontra caldo-de-cana e mangas frescas, para alegria dos brasileiros expatriados. Vá para o almoço, pois as lojas costumam abrir depois das 13h. No Lanhore Paan Center (1435, Gerrard Street East, 416/462-3293; horário de funcionamento??? Cc??), o dono expõe na parede, com orgulho, recorte de jornal que aponta o lugar como o melhor da cidade para tomar o chá pink Kashmiri (CAD$ 2), estranho no começo, mas gostoso.


CHURCH-WELLESLEY



O reduto da comunidade GLS de Toronto anda perdendo um pouco da purpurina por causa do surgimento de outros polos gays, como a descolada West Queen West. Mas ainda dá para sentir, nitidamente, o clima aqui-vale-de-tudo que caracteriza o bairro.
Apelidada de The Village por seus frequentadores, tem umas plaquinhas fofas de nome de ruas com arco-íris, símbolo do movimento GLS. Dê uma passadinha na esquina das ruas Church e Alexander para ver a estátua do mercante escocês (e patrono do Village) Alexander Wood, primeiro homossexual assumido do Canadá. O pedaço ganha vida à noite e nos fins de semana, quando gays (solteiros ou não) lotam as ruas, bares e clubs. Muitos são nitidamente dirigidos ao público GLS, como o Zelda’s (692, Yonge Street, 416/922-2526, zeldas.ca ), que serve a cerveja Alexander Wood, especialmente feita para a vila. Outros estabelecimentos preferem não eleger preferidos.
O Fuzion (580, Church Street, metrô Wellesley, 416/944-9888, fuzionexperience.com), por exemplo, apesar de localizado no coração da vila, recebe gente de todas as tribos. No enxuto cardápio, nada ganha da sobremesa de chocolate branco e pistache, de matar de tão boa!

THE DANFORTH


Vibrante e ruidoso, o pedaço mais helênico de Toronto, também conhecido como Greektown, é dos mais heterogêneos. Pubs irlandeses e lojas de conveniência chinesas dividem espaço com tavernas e butiques gregas ao longo da movimentada Danforth Avenue, artéria principal do bairro ao qual empresta o nome. Resista, se puder, aos sapatos das butiques gregas espalhadas ao longo avenida.
E vá de barriga vazia para comer em um dos restaurantes típicos, como o Kalyvia (420, Danforth Avenue, metrô Chester, 416/463-3333), que se encaixa à perfeição no estereótipo, com decoração exagerada (muito branco e azul-turquesa, plantas penduradas por todo lado). Todos servem especialidades como carneiro assado, souvlaki com molho tzatziki (iogurte, pepino e alho) e o famoso saganaki. Esse queijo de cabra frito à milanesa é teatralmente flambado com brandy na frente do cliente, ao som de um redondo “opa!” exclamado pelo garçom.

7.10.10

Se eu fosse eu

Deve ser o outono, a preguiça que começa a dar de levantar cedo da cama, a vontade de beber bebidas quentinhas, tomar sopinhas fumegantes e devorar pratões calóricos. Acordei poeta, em marcha lenta; não mole, apenas lenta na velocidade certa de apreciar o que se passa ao meu redor.

Minhas vizinhança, em Thornhill, subúrbio elegante e coladinho de Toronto

Minha gatinha, Vicky, que deve gostar de outono tanto quanto a dona

Procurando inspiração, topei com esse texto da Martha Medeiros e, pronto. Joguei os recortes de jornal e notícias factuais pro lado, e preferi postar um texto de uma das minhas autoras preferidas.


Se eu fosse eu
Clarice Lispector escreveu uma crônica com o título acima para o Jornal do Brasil, em 1968, em que ela falava sobre a grandeza de entrar no nosso território desconhecido, e o que ela faria, caso ela fosse ela mesma. Como tudo que Clarice escrevia, é uma ideia perturbadora saber que nosso comportamento é condicionado e que nem sempre fazemos o que o nosso eu manda. Se eu fosse eu…puxa, dá até medo.

Se eu fosse eu, reagiria. Diria exatamente o que eu penso e sinto quando alguém me agride sem perceber. Deixaria minhas lágrimas rolarem livremente, não regularia o tom de voz, nem pensaria duas vezes antes de bronquear, mesmo correndo o risco de cometer uma injustiça, mesmo que mexicanizasse a cena. Reclamaria em vez de perdoar e esquecer, em vez de deixar o tempo passar a fim de que a amizade resista, em vez de sofrer quieta no meu canto.


Se eu fosse eu, não providenciaria almoço nem jantar, comeria quando tivesse fome, dormiria quando tivesse sono, e isso seria lá pelas nove da noite, quando cai minha chave-geral. Acordaria, então, às cinco, com toda a energia do mundo, para recepcionar o sol com um sorriso mais iluminado que o dele, e caminharia a cidade inteira, até perder o rumo de casa, até encontrar o rumo certo.


Se eu fosse eu, riria abertamente do que acho mais graça: pessoas prepotentes, que pensam saber mais do que os outros, e encorajaria os que pensam que sabem pouco, e sabem tanto. Eu faço isso às vezes, mas não faço sempre, então nem sempre sou eu.


Se eu fosse eu, trocaria todos os meus compromissos profissionais por cinema e livro, livro e cinema. Mas quem os pagaria para mim? Pensando bem, se eu fosse eu, seria como sou: trabalharia, reservando um tempo menor para cinema e livro, livro e cinema, mas pagando-os do meu bolso.


Se eu fosse eu, não evitaria dizer palavrões, não iria em missa de sétimo dia, não fingiria sentir certas emoções que não sinto, nem fingiria não sentir certas raivas que disfarço, certos soluços que engulo.

Seu eu fosse eu, precisaria ser sozinha.


Se eu fosse eu, agiria como gata no cio, diria muito mais sim.


Se eu fosse eu, falaria muito, muito menos.


E menos mal que sou eu na maior parte do dia e da noite, que sou eu mesma quando escrevo e choro, quando rio e sonho, quando ofendo e peço perdão. Sou eu mesma quando acerto e erro, e faço isso no espaço de poucas horas, mal consigo me acompanhar. E ainda bem que nem sempre sou eu. Se eu fosse indecentemente eu, aquele eu que refuta a Bíblia e a primeira comunhão, aquele eu que não organiza a sua trajetória e se deixa levar pela intuição, aquele eu que prescinde de qualquer um, de qualquer sim e não, enlouqueceria, eu.
Martha Medeiros Outubro de 2000
Non-Stop, Crônicas do Cotidiano


Se eu fosse eu, hoje, sentaria no meu jardim, enrolada no cobertor mais quentinho que tenho no armário, e ficaria só curtindo os raios de sol fraquinhos do outono, e o show gratuito de malabarismo, oferecido pelos esquilos...

E você, o que faria se fosse você?



4.10.10

Toronto em sete palavras

Para quem se acha bom no Twitter:

Defina, aí, a cidade de Toronto em apenas sete palavras.

Esse é o desafio que o jornal Toronto Star deu para um grupo de distintos cidadãos, que vêm brincando com palavras no site Wordle para chegar na perfeita frase que defina o espírito e a cara de Toronto.

Toronto Star, 3 de outubro


Os leitores também foram convidados a participar. Choveu email na redação, com mais de 500 sugestões, desde declarações de amor à cidade a demonstrações de repúdio, como essas aqui:

"The world’s best in one impressive place!"
(O melhor do mundo num impressionante lugar)

"Complacent, bureaucracy, elitist, stuck up, boring, hypocritical, greedy
(complacente, burocrática, elistista, esnobe, chata, hipócrita, gananciosa)

O melhor grupo de sete palavras será escolhido na semana que vem, então, ainda há tempo de contribuir com o seu statement:

Emails para insight@thestar.ca ou online no thestar.com/yourcitymycity

Minha singela contribuição (não exijam muito de mim numa segundona de manhã...):


Calmly chaotic, apparently perfect, in frenetic mutation

(Calmamente caótica, aparentemente perfeita, em frenética mutação)


1.10.10

Conte com a ajuda de Mark McEwan para a ceia de Thanksgiving

O mega chef e empresário gastronômico Mark McEwan ataca novamente, dessa vez com o combo "restaurante & livro de receitas". Seu quarto restaurante na cidade - uma sofisticada cantina de nome Fabbrica - será inaugurado hoje, no complexo suburbish Shop at Don Mills, e estrategicamente localizado - bem em frente ao chiquetésimo empório de comidinhas finas dele.

Os outros três restaurantes de McEwan são os badalados North 44, Bymark e o ONE, aquele do hotel Hazelton, queridinho das celebs de Hollywood, lembra?

Como se administrar isso tudo não fosse o suficiente (e ser host do show de TV, The Heat, no Food Network), McEwan ainda teve tempo de atacar de autor de livro de receitas, com o seu
Mark McEwan Great Food at Home, que chegou às livrarias esta semana. No menu, adaptações de alguns de seus clássicos, como o Bymark Burger, que o colocou na mídia em 2003, o Truffle Pizza at North 44 e o Variegated Heirloom Tomato Salad, do ONE. "Todas muito fáceis para o cozinheiro que tiver um tiquinho de talento em casa". Sei.

Debut de Mark McEwan como autor de livro
Foto: divulgação


McEwan ficou famoso pela qualidade e complexidade dos ingredientes que utiliza em suas receitas, com muito truffles e produtos orgânicos. Para o livro, foram feitas substituições e adaptações, mas o chef ainda reza na cartilha de produtos de qualidade para a obtenção de melhores resultados. Também divide segredinhos guardados no bolso do avental, como a preferência por sal kosher (com sabor mais leve) do que sal comum e, ah, como fazer the ultimate purê de batatas.

Bem a tempo para a ceia de Thanksgiving!

29.9.10

Ajuda às vítimas do incêndio do 200 Wellesley, em Toronto

Há tempos para baladar e tempos para fazer diferença. Tempos de ser ajudado e tempos de dar em troca. Esse é o momento de mostrar solidariedade, não com vítimas de desastres em terras longínquas, mas aqui mesmo, em Toronto.

Mais de 1 200 pessoas viram suas casas virarem fumaça na última sexta-feira, em um dos maiores incêndios já vistos em Toronto, segundo a polícia local.

O fogo começou num dos apartamentos do 24º andar do prédio e se alastrou rapidamente devido à presença de enorme quantidade de material de fácil combustão (como papel, por exemplo), segundo os bombeiros

Na tarde da última sexta-feira, 24, o community housing (apartamentos subsidiados pelo governo, destinados a pessoas de baixa renda) de número 200 da Wellesley Street East foi atingido pelo fogo, que durou até o dia seguinte. A polícia investiga as causas da tragédia. Os moradores, entre eles portadores de deficiências mentais, foram alojados no centro comunitário da região, em hotéis próximos e em casas de parentes e amigos. Catorze pessoas foram hospitalizadas, entre elas, três crianças.

Sem poder voltar para casa, os moradores estão contando com a ajuda da comunidade para sobreviver. Há a necessidade do básico, desde fraldas à produtos de higiene, meias, sapatos, tolhas de banho, cobertores.

E é exatamente aí que a gente entra. Veja algumas formas de ajudar:

- O hotel Gladstone (1214 Queen Street West) está arrecadando alimentos não perecíveis (macarrão, arroz, farinha, enlatados) até sexta-feira, dia 1º de outubro, 5 da tarde.

- A prefeitura de Toronto está coletando doações em dinheiro, que poderão ser abatidas do imposto de renda. Cheques podem ser levados até o Wellesley Comunity Centre (495 Sherbourne St) ou enviados pelo correio para Office of Partnerships, Metro Hall, First Floor, 55 John Street, Toronto ON M5V 3C6.
Fazer o cheque em nome City of Toronto, 200 Wellesley St E fire, e incluir seu nome e endereço completos para o recebimento do comprovante de doação

- Vale-compras, roupas (principalmente meias e roupas íntimas), sapatos, cobertores, produtos de higiene e limpeza podem ser doados no endereço 519 Church Street, nos seguintes horários:

- Segunda a sexta - das 9 às 21h
- Finais de semana - das 10 às 17h

Vamos mostrar que brasileiro é bom de samba e de solidariedade.